sexta-feira, 18 de novembro de 2011

JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO


Ez 34,11-12.15-17; 1Cor 15,20-26.28; Mt 25,31-46

         Com três imagens fortes, as leituras de hoje descrevem a divina realeza do Cristo Salvador: o Pastor, a causa da nossa ressurreição, o  Juiz.

1) Deus se inquieta por causa de Suas ovelhas
         Com inimaginável ternura, Deus traduz sua inquietação com seu rebanho em atitudes de total solicitude e amor. “Vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas” (11). Ele reconduzirá as dispersas (12). Fá-las-á repousar, as perdidas ele procurará, as feridas e as doentes ele curará, sobre a sadia e robusta ele mesmo velará.
Com infinita confiança entreguemo-nos a ELE. Sei e creio, se eu estiver disperso, Ele me reconduzirá. Ele curará minhas feridas. Ele me fará repousar junto a ELE.

2) Em Cristo todos reviverão 1Cor 15,20-26.28
O texto da segunda leitura é de sublime solenidade, na qual o Cristo Rei se apresenta.
Jesus, “primícias dos que morreram” (20), não é apenas um, nem apenas o primeiro da ressurreição. Por Ele vem a ressurreição de todos. (21). No Evangelho de João (11,25), Ele declara: “Eu sou a ressurreição e a vida”. É n’Ele que “todos reviverão” (22).
Todo poder do pecado será destruído por Ele, e a própria morte será vencida para sempre (24).
Então acontecerá o inaudito: nesta liturgia celestial, que se inaugura, a glória de Deus será a vida imortal dos mortais; e a glória dos mortais redimidos será a alegria de Deus. “Quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos” (28).

3) O Juiz será o Salvador Mt 25,31-46
Nesta parábola, Jesus, já caminhando para sua paixão na Cruz, se apresenta como o Deus da eterna glória. “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso” (31). Ele, o Juiz sobre justos e injustos, acorda em nós não só um santo temor, mas também a mais profunda esperança. Em divina justiça, Ele respeitará definitivamente a liberdade da criatura. Onde a liberdade se tiver negado à vida, à verdade, ao amor, o Juiz respeitará tal afastamento por toda a eternidade. Este julgamento divino manifesta ainda, de forma negativa, o eterno valor e a responsabilidade humanos. “Retirai-vos de mim, malditos!” (41), é o extremo e definitivo drama da liberdade que nos foi dada como eterna semelhança com Deus. Tanto no negativo como no positivo, já não se pode falar no homem, sem falar na grandeza de Deus, encontrado ou desencontrado para sempre. “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo” (34). “E os justos entrarão para a vida eterna” (46).
E mais uma vez aparece a grandeza do ser humano. Em cada sofrimento, em cada solidão humana, é o próprio Deus que se identifica com o necessitado. “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes (ou não fizestes) isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes (ou não o fizestes)” (40/45).
Conhecemos aqui a gloriosa dignidade da fraternidade humana, que é o infalível campo de nossa ensaio da vida eterna.
(+ Karl Josef Romer)

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