Ez 34,11-12.15-17; 1Cor 15,20-26.28; Mt 25,31-46
Com três imagens fortes, as leituras de
hoje descrevem a divina realeza do Cristo Salvador: o Pastor, a causa da nossa ressurreição,
o Juiz.
1) Deus se inquieta por causa de
Suas ovelhas
Com
inimaginável ternura, Deus traduz sua inquietação com seu rebanho em atitudes
de total solicitude e amor. “Vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas”
(11). Ele reconduzirá as dispersas (12). Fá-las-á repousar, as perdidas ele procurará,
as feridas e as doentes ele curará, sobre a sadia e robusta ele mesmo velará.
Com infinita confiança
entreguemo-nos a ELE. Sei e creio, se eu estiver disperso, Ele me reconduzirá.
Ele curará minhas feridas. Ele me fará repousar junto a ELE.
2) Em Cristo todos reviverão 1Cor 15,20-26.28
O texto da segunda
leitura é de sublime solenidade, na qual o Cristo Rei se apresenta.
Jesus, “primícias dos que
morreram” (20), não é apenas um, nem
apenas o primeiro da ressurreição. Por Ele vem a ressurreição de todos.
(21). No Evangelho de João (11,25), Ele declara: “Eu sou a ressurreição e a vida”. É n’Ele que “todos reviverão” (22).
Todo poder do pecado será
destruído por Ele, e a própria morte será vencida para sempre (24).
Então acontecerá o
inaudito: nesta liturgia celestial, que se inaugura, a glória de Deus será a
vida imortal dos mortais; e a glória dos mortais redimidos será a alegria de
Deus. “Quando tudo lhe estiver sujeito, então também
o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a
fim de que Deus seja tudo em todos” (28).
3) O Juiz será o Salvador Mt
25,31-46
Nesta parábola, Jesus, já
caminhando para sua paixão na Cruz, se apresenta como o Deus da eterna glória. “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos
com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso” (31). Ele, o Juiz sobre justos e
injustos, acorda em nós não só um santo temor, mas também a mais profunda
esperança. Em divina justiça, Ele respeitará definitivamente a liberdade da criatura.
Onde a liberdade se tiver negado à vida, à verdade, ao amor, o Juiz respeitará
tal afastamento por toda a eternidade. Este julgamento divino manifesta ainda,
de forma negativa, o eterno valor e a responsabilidade humanos. “Retirai-vos de
mim, malditos!” (41), é o extremo e definitivo drama da liberdade que nos foi
dada como eterna semelhança com Deus. Tanto no negativo como no positivo, já
não se pode falar no homem, sem falar na grandeza de Deus, encontrado ou
desencontrado para sempre. “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino
que vos está preparado desde a criação do mundo” (34). “E os justos entrarão
para a vida eterna” (46).
E mais uma
vez aparece a grandeza do ser humano. Em cada sofrimento, em cada solidão
humana, é o próprio Deus que se identifica com o necessitado. “Em verdade eu
vos declaro: todas as vezes que fizestes (ou não fizestes) isto a um destes
meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes (ou não o fizestes)”
(40/45).
Conhecemos
aqui a gloriosa dignidade da fraternidade humana, que é o infalível campo de
nossa ensaio da vida eterna.
(+ Karl
Josef Romer)
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