FILHAS DA CARIDADE DO P.P SANGUE
CARIDADE E PAZ!
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sábado, 9 de agosto de 2014
1Rs 19,9a.11-13a; Rm 9,1-5; Mt 14,22-33
Nas três leituras deste domingo podemos
ver o indecifrável mistério de Deus que nos está próximo.
1)
Cobrir o rosto diante do Deus invisível (1Rs 19a.11-13)
Elias,
escondido na gruta da montanha, consome-e de dor. “Os filhos de Israel
abandonaram a aliança, derrubaram os altares, mataram os profetas, fiquei
somente eu, e procuram tirar-me a vida” (10). O chamamento de Deus o acorda de
sua dolorosa autocontemplação: “Sai e fica na montanha diante do Senhor!” (11).
Elias quer ver Deus passar. Mas não o descobre nem na impetuosa tempestade, nem
no terremoto, nem no fogo. É erro humano querer encontrar Deus em espetáculo
gigantesco. Deus, grande e santo, não precisa desses fenômenos. Mas depois, “o
murmúrio de uma brisa suave” (12) falava ao mais profundo da alma do profeta;
Deus tocava na misteriosa abertura da sua alma. Elias percebeu a passagem de
Deus, e “cobriu o rosto com o manto” (13).
Saiamos
das grutas de nossa dor, tristeza e solidão. O silêncio de nossa alma em oração
pode tornar-se reflexo de Deus que passa.
2) Trazer na alma o mistério de
Deus, e ignorá-lo (Rm 9,1-5)
Os resultados
fantásticos, que acompanhavam a viagem missionária de Paulo, não o deixavam
esquecer a dor em sua alma. No meio de pagãos convertidos, ele tinha
experimentado as maravilhas de Deus: “E nós todos que, com a face descoberta,
refletimos como num espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa
mesma imagem, cada vez mais resplandecente, pela ação do Senhor” (2Cor 3,18).
Mas a incredulidade e
resistência da grande maioria dos judeus fazem Paulo confessar: “Tenho grande
tristeza e uma dor incessante em meu coração” (9,2). Faria o extremo para
salvar os seus irmãos judeus. Como é possível que o povo de Deus (judeu) se
negue ao convite divino.
Eles receberam todos os privilégios concedidos por Deus. Têm “a adoção filial,
a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas, e deles descende o
Cristo” (9,4-5). Não é, hoje, que devemos sentir essa mesma dor por tantos,
que, após uma piedosa infância e séria juventude, deixaram adormecer a fé, ou
até morrer, em suas consciências.
3) O perigo de imitar os gestos,
mas não a santidade de Jesus (Mt 14,22-33)
Jesus
despedia o povo após a multiplicação dos pães. Depois “subiu ao monte a fim de
orar a sós” (23). Enquanto isso, após os indizíveis acontecimentos daquele dia,
a viagem amena dos apóstolos pelo mar transformou-se, de repente, em pavor. As vagas
levantadas pelo vento contrário ameaçavam a nave. Então, Jesus revela-se a eles
senhor do universo, senhor também de suas vidas. Ele vem caminhando sobre as
águas do mar. Numa reação muito natural, eles “ficaram atemorizados... e
gritavam de medo” (26). Pedro, porém, quer manifestar sua fé, sua proximidade a
Jesus: “Se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas!” (28). Não
são as ondas que o fazem submergir; mas é o vacilar de sua fé – diante do
movimento das águas debaixo de seus pés – que o deixa afundar. Não basta uma
opção boa em nossa vida, quando as circunstâncias adversas ameaçam tornar-se mais
fortes do que nós. Pedro grita a sua súplica: “Salva-me, Senhor!” (30). Quem a
Ele se entrega, Jesus o ampara. “Jesus estendeu a mão prontamente e o segurou”
(31). Quando Jesus e Pedro entraram na barca, a tempestade amainou. E os
discípulos souberam aprender do acontecido: “Os que estavam no barco
prostraram-se diante dele dizendo: «Verdadeiramente, tu és o Filho de
Deus!»” (33).
Encontrar
Deus sempre com santo temor, observá-lo no silêncio luminoso do da alma, e,
confiante, estender a mão para Ele nos segurar!
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