Fichamento : Fé e Razão
O Santo Padre inicia sua encíclica dizendo que a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para contemplação da verdade. A verdade é que sem fé não há razão e sem razão a fé se torna um cabresto, não permitindo que as coisas sejam vistas de uma forma clara. Uma fé desequilibrada nos leva ao engano, o que definitivamente não é o que Deus pretende em relação a nós. Ele quer que conheçamos a verdade. “conhecereis a Verdade e Ela vos libertará’’. Eu creio porque minha fé tem uma razão, Razão esta que me faz conhecer a mim mesma, para que me conhecendo possa também conhecer e amar Aquele que nos deu a existência. E assim possamos encontrar o Ser do nosso ente e assim fazer parte deste Ser Supremo que criou todas as coisas. Esta verdade é encontrada através da Fé e a Razão. Deus colocou em nosso coração este desejo de conhecer a Verdade para que ao conhecê-la pudéssemos estar em contemplação.
Para isso fomos criados: para conhecer, Amar e servir a Deus. Segundo o trecho, nossa fé precisa ser uma fé madura, para acreditar com convicção. Nossa fé com a Razão não pode ser enganada, para poder entender-se a si mesma, a fé supõe uma filosofia que, por sua vez, produz uma teologia. Ou seja, a teologia nada mais é do que a racionalização da fé. a Fé sem razão é fanatismo e a Razão sem fé é ateísmo. A razão nos leve a nos questionarmos sobre:quem somos?de onde viemos? (...) , a fé nos responde: Filhos amados de Deus,Criados por Suas Santíssimas “Mãos”,de onde eu vim e para onde voltarei um dia...
Muitas vezes me questionava: a fé não pode ser menor que a razão,não preciso da razão pra crer. Ler esta encíclica mais detalhadamente, foi uma oportunidade única para que eu pudesse perceber o quanto ainda preciso amadurecer minha fé. O santo Padre afirma, existe um conhecimento que é peculiar da fé. Este conhecimento exprime uma verdade que se funda precisamente no fato de Deus que Se revela, e é uma verdade certíssima porque Deus não Se engana nem quer enganar. a verdade alcançada pela via da reflexão filosófica e a verdade da Revelação não se confundem, nem uma torna a outra supérflua: Existem duas ordens de conhecimento, diversas não apenas pelo seu princípio, mas também pelo objeto. Pelo seu princípio, porque, se num conhecemos pela razão natural, no outro fazê-lo por meio da fé divina; pelo objeto, porque, além das verdades que a razão natural pode compreender, é-nos proposto ver os mistérios escondidos em Deus, que só podem ser conhecidos se nos forem revelados do Alto ». (7) A fé, que se fundamenta no testemunho de Deus e conta com a ajuda sobrenatural da graça, pertence efetivamente a uma ordem de conhecimento diversa da do conhecimento filosófico.
No capitulo II nos vemos, Graças à inteligência, é dada a todos, crentes e descrentes, a possibilidade de « saciarem-se nas águas profundas » do conhecimento (cf. Prov 20, 5). O caráter peculiar do texto bíblico reside na convicção de que existe uma unidade profunda e indivisível entre o conhecimento da razão e o da fé. O mundo e o que nele acontece, assim como a história e as diversas vicissitudes da nação são realidades observadas, analisadas e julgadas com os meios próprios da razão, mas sem deixar a fé alheia a este processo. Esta não intervém para humilhar a autonomia da razão, nem para reduzir o seu espaço de ação, mas apenas para fazer compreender ao homem que, em tais acontecimentos, Se torna visível e atua o Deus de Israel. Assim, não é possível conhecer profundamente o mundo e os fatos da história, sem ao mesmo tempo professar a fé em Deus que neles atua. A fé aperfeiçoa o olhar interior, abrindo a mente para descobrir, no curso dos acontecimentos, a presença operante da Providência. Não devemos ter uma fé cega, mas uma real e viva, consciente. Tomando por exemplo o próprio Cristo Jesus que se entregou livremente por Amor a Nós! “ninguém tira minha vida,eu a entrego livremente”. A filosofia me leva procurar cada vez mais, a entrar no mistério de Deus de maneira que a fé me ajuda a acreditar no que minha limitação humana não pode entender. Como falou o filósofo Sócrates: “só sei que nada sei”, quanto mais eu me aproximo deste Mistério de Deus mais eu reconheço que nada sei.
Cap.III o santo Padre no leva a caminhar à procura da verdade, ele inicia falando do Livro dos Atos dos Apóstolos, onde vemos Paulo que leva uma Fe sólida aos atenienses. Deus para eles era um Deus desconhecido, aí entra a importância da filosofia que nos leva a Verdade suprema, Paulo prega uma fé sólida fundada sobre o que ele havia aprendido de Cristo Senhor e leva aqueles a Luz. Os atenienses estavam como que no mito da caverna, de Platão,estavam acorrentados pelo fanatismo religioso(idolatria) a “fé” por si só,e Paulo como que levando a eles a asa que lhes faltava “razão” os leva a Luz. O homem possui suas próprias concepções filosóficas pelas quais orienta sua vida, e tudo vem de Deus que colocou o desejo da verdade em nosso coração.
No Cap. IV, a revelação entre fé e a razão; as vias para chegar à verdade continuam a ser muitas; mas, dado a verdade cristã tem valor salvífico,cada uma delas só pode ser percorrida se conduzir à meta final,ou seja,à revelação de Jesus Cristo (F.R.cfe38). a luz da fé e a luz da razão provem de Deus, tudo que provem de Deus é Dom e como todo Dom deve ser colocado a serviço, como fez Paulo, quando caíram as escamas da ignorância de seus olhos ele Põe-se a ir a procura daqueles que como ele estavam no erro,para levá-los a Verdade.
Nós como Cristão pedimos O dom do Espírito Santo da ciência exatamente para conhecermos como somos conhecidos por Deus e melhor correspondermos à graça com que nos planifica o Senhor.
No Cap. V, a Filosofia mesmo quando entra em relação com a Teologia,deve proceder segundo os seus métodos e regras;caso contrario, não haveria garantia de permanecer orientada para a verdade, tendendo para a mesma por meio de um processo racionalmente controlável. Uma filosofia, ciente deste seu “estatuto constitutivo”, não pode deixar de respeitar as exigências e evidencias próprias da verdade revelada.
Ir. Cleide de Jesus Hostia
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